O Dia Internacional da Tireoide, celebrado em 25 de maio, é uma oportunidade para reforçar a importância de cuidar desse pequeno, mas essencial, órgão localizado na parte anterior do pescoço. A tireoide é responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo, o crescimento e o funcionamento de diversos sistemas do corpo. Quando algo não vai bem, as consequências podem ser amplas — e, muitas vezes, a origem do problema pode estar nos nossos genes.
Segundo a médica geneticista Fernanda Ayala, estudiosa das relações entre genética e doenças endócrinas, fatores hereditários podem, sim, influenciar o desenvolvimento de condições como hipotireoidismo, hipertireoidismo, nódulos e até câncer de tireoide. “A genética é uma peça importante do quebra-cabeça. Ter um histórico familiar de doenças tireoidianas aumenta o risco de manifestação clínica ao longo da vida”, afirma.
Quando desconfiar de um fator genético?
De acordo com Fernanda, o histórico familiar é um indicativo que merece atenção. “Se vários membros da família têm distúrbios da tireoide, principalmente em idades precoces ou em formas mais agressivas, como o câncer de tireoide medular, é importante investigar a possibilidade de predisposição genética”, explica.
Ela reforça que a avaliação genética pode ser uma aliada na prevenção e no acompanhamento de pessoas que têm maior risco. “Em alguns casos, realizamos testes específicos que ajudam a identificar mutações associadas a síndromes genéticas, principalmente quando há suspeita de câncer familiar de tireoide associados a outros cânceres ”, comenta.
Importância do diagnóstico precoce
Fernanda lembra que, na maioria das vezes, os distúrbios da tireoide evoluem de maneira silenciosa. “Cansaço excessivo, alterações de peso, queda de cabelo, dificuldade de concentração e sensibilidade ao frio ou ao calor podem ser sinais de que a tireoide não está funcionando corretamente”, alerta.
A médica recomenda que pessoas com histórico familiar de doenças da tireoide façam acompanhamento regular. “O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações mais graves e iniciar o tratamento adequado o quanto antes”, orienta.
Cuidado integral
Para Fernanda, a saúde da tireoide deve ser vista de forma integrada. “Genética, hábitos de vida e fatores ambientais se somam na determinação do risco e do desenvolvimento das doenças tireoidianas. Cuidar da alimentação, manter os exames em dia e buscar orientação especializada são pilares para quem deseja preservar a saúde hormonal”, conclui.